Rui Maia Rego

Centro de Estudos Globais, Universidade Aberta; Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa

Conferência

Outro ou a ideia de Infinito que vem até mim segundo E. Lévinas

Rui Maia Rego. Doutorado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Presentemente é investigador integrado do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e bolseiro da Universidade Aberta, colaborando na linha de investigação Cidadania e Direitos Humanos do Centro de Estudos Globais (EEA Grants — Active Citizens Fund | Programa Cidadãos Ativ@s — Fundação Calouste Gulbenkian/Fundação Bissaya Barreto).

Tem publicado sobre problemas atinentes à ética e racionalidade prática.

 

Resumo da Conferência

Inquirir o outro, seja o rosto de quem nos é próximo ou o rosto do desconhecido, é interrogar um mistério.  Partindo de Lévinas, procuramos retomar a experiência de ser-se refém do outro, infinito que vem até mim (“arrancamento-a-si-por-um-outro”). Sem espaço para cuidar do próprio, resta o apelo à entrega solícita à alteridade, respondendo-lhe, respeitando-a, inteiramente, como inabarcável e inconcebível. Atendemos às palavras do filósofo lituano: «Enquanto abertura de um abismo na proximidade, o infinito cintila recusando-se às audácias especulativas, distingue-se do nada puro e simples pela comissão do próximo à minha responsabilidade» (Lévinas, De Outro Modo Que Ser ou Para Lá da Essência, 2011: 110-111). A experiência do infinito não tem de ser um entretecer de ambiguidades, nem um nada puro. Algo pode ser dito dessa experiência de aproximação, um novo desenho da nossa finitude é possível. É esse estar diante do infinito que queremos elaborar.

 

Abstract

To question the other, whether it is the face of one who is close to us or the face of the unknown, is to question a mystery.  Starting from Lévinas, we try to take up again the experience of being a hostage of the other, the infinite that comes to me (“wrenching-itself-by-one-another”). Without space to take care of one’s own, there remains the call for a solicitous surrender to otherness, responding to it, respecting it, entirely, as unapproachable and inconceivable. We heed the words of the Lithuanian philosopher: “As the opening of an abyss in proximity, the infinite shimmers, refusing speculative audacity, distinguishes itself from pure and simple nothingness by the commission of the neighbour to my responsibility” (Lévinas, De Outro Modo Que Ser ou Para Lá da Essência, 2011: 110-111). The experience of the infinite does not have to be an interweaving of ambiguities, nor a pure nothing. Something can be said of this experience of approach, a new drawing of our finitude is possible. It is this being before the infinite that we want to elaborate.

 

 

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