Porfirio José dos Santos Pinto

CEG-UAb, CLEPUL, IEAC-GO

Conferência

A “invasão mística” em Portugal (séculos XVI e XVIII), um universo esquecidoPorfírio José dos Santos Pinto é mestre em teologia pela UCP (1992) e doutor em estudos de literatura e cultura pela FLUL (2018). Foi membro da equipa de revisores editoriais da Paulinas Editora e, atualmente, é investigador contratado FCT-UAb, ligado ao CLEPUL e à Cátedra de Estudos Globais-UAb, participando em vários dos seus projetos. Tem alguns livros publicados: A grande rutura: olhares cruzados sobre Lutero e a reforma protestante (coordenação; 2017); Os leitores perguntam – Padre António Vieira responde (coautoria; 2018); Choupanas e Palácios: a arquitetura teológica da obra do padre António Vieira (2019); António Vieira precursor do Vaticano II (2019). É ainda membro da direção do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes (IECCPMA).

Resumo da Conferência

P. Henri Bremond criou, no início do século XX, a expressão “invasão mística” para referir a vaga de experiências místicas que encheram o século XVII francês. Depois dele, outros autores usaram-na para mencionar outras vagas místicas, de outros espaços e doutros tempos. Portugal também conheceu uma vaga semelhante, de meados de quinhentos a meados de setecentos, bem testemunhada pelas crónicas, mas que permanece, hoje, um universo esquecido. É verdade que, no início dessa vaga, houve o caso da “Monja de Lisboa” que acabou por lançar a suspeição sobre qualquer tipo de manifestação mística. As simulações e os casos de falsa santidade não terminaram aí, mas umas e outros não devem ofuscar as verdadeiras experiências místicas que aconteceram e que aqui queremos abordar de modo exploratório.

Abstract

Fr Henri Bremond created, at the beginning of the 20th century, the expression “mystical invasion” to refer to the wave of mystical experiences that filled the French 17th century. After him, other authors used it to mention other mystical waves, from other spaces and times. Portugal also experienced a similar wave, from the mid-fifteenth century to the mid-seventeenth century, well witnessed by the chronicles, but which remains, today, a forgotten universe. It is true that, at the beginning of this wave, there was the case of the “Nun of Lisbon” who ended up casting suspicion on any type of mystical manifestation. The simulations and cases of false sanctity did not end there, but some should not overshadow the true mystical experiences that took place and that we want to address here in an exploratory way.

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