Gianfranco Ferraro

CEG-UAb

Conferência

A conversão de si e o do mundo: a influencia neoplatónica sobre o misticismo

Gianfranco Ferraro nasceu em Messina, Itália. A sua investigação atual foca-se nas formas de conversão, abordadas através de vários pontos de observação (filosófico, literário, teológico, político), nomeadamente através da abordagem de Michel Foucault e Pierre Hadot.

Atualmente coordena a linha temática de Investigação “Conversão, educação e utopias pedagógicas globais” no Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta (Lisboa, Portugal), onde também é doutorando em Estudos Globais com um projeto de investigação sobre a raízes antigas e a influência moderna dos “Exercícios Espirituais” de Inácio de Loyola.

Anteriormente, estudou Filosofia na Itália (Pisa) e na França (EPHE, Paris), onde obteve seu doutorado em Filosofia com uma tese sobre a noção de ascetismo em Nietzsche, Weber e Foucault.

Fundou e dirige a revista internacional Thomas Project: A Border Journal for Utopian Thoughts. Co.editou (com Marta Faustino) o livro The Late Foucault. Ethical and Political Questions (Bloomsbury: London-New York, 2020) e (com António de Castro Caeiro) o livro Formas de conversão. Filosofia, política, espiritualidade (Abysmo: Lisboa, 2023). Está a coordenar (com

José Eduardo Franco) uma História Global das Utopias. Também traduziu para italianos obras da tradição utópica modernas e contemporâneas.

Resumo da Conferência

Uma característica essencial da conversão filosófica que se encontra no neoplatonismo é a relação entre a conversão do sujeito para uma forma de vida diferente e a restituição do múltiplo à sua unidade. O Um divino neoplatónico reencontra a si mesmo através das conversões individuais: neste sentido, conversão do mundo e conversão do individuo, embora não coincidam, entram em diálogo. É precisamente este modelo de conversão que podemos encontrar na mística de diferentes religiões ou espiritualidades: no caso da religião cristã, um dos exemplos mais claro é dado pelo Sto. Agostinho; no caso da religião islâmica, podemos sublinhar a presença deste modelo no Sufismo.

Esclarecendo os momentos essenciais da conversão filosófica neoplatónica, nesta apresentação tentarei mostrar como este paradigma espiritual condicione os modelos místicos. Em particular, através da imagem epifánica da luz bem como através da imagem da “retração” do divino, tentarei esboçar a possibilidade de um estudo comparativo das conversões religiosas e filosóficas, e, mais em geral, das formas de espiritualidade influenciadas pelo neoplatonismo.

 

Abstract

An essential feature of Philosophical conversion in Neoplatonism is the relationship between the conversion of the subject to a different form of life and the restoration of the multiple to its unity. The neoplatonic divine One rediscovers itself as such through individual conversions: in this sense, conversion of the world and conversion of the individual, although they do not coincide, establish a dialogue. It is precisely this model of conversion that we can find in the mysticism of different religions or spiritualities: in the case of the Christian religion, one of the clearest examples is given by St. Augustine; In the case of the Islamic religion, we can highlight the presence of this model in Sufism.

Clarifying the essential moments of Neoplatonic philosophical conversion, in this presentation I will try to show how this spiritual paradigm conditions mystical models. In particular, through the epiphanic image of light as well as through the image of the “withdrawal” of the divine, I will try to outline the possibility of a comparative study of religious and philosophical conversions, and, more generally, of the forms of spirituality influenced by Neoplatonism.

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